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Avatar de Miss Lolita von Tease

Sou mãe solo há quase 10 anos e penso isso muitas vezes.

Tenho muitos meses em que não sei como sobrevivo e aguento sem tempo para fazer as coisas que gosto e me são tão importantes.

Esta vida das 9h às 18h quase escrava e depois todas as tarefas que ser mãe me exige deixam-me sem neurónios para mim.

Adoro ser mãe ao fim de semana como acontece nas férias do verão. Em que alguém cuide de segunda à sexta e eu só existo ali para a parte boa! Quase como muitos pais.

Este país não foi feito para quem quer ser mulher e mãe.

Partilho muito dos teus sentimentos e palavras.

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Avatar de João Azevedo

Não somos piores progenitores por assumirmos que a parentalidade não é a nossa vocação. Falo do alto do privilégio de ser homem, branco, cis e pai neste mundo estruturado para o poder patriarcal. Não imagino a carga mental sempre excessiva, o peso da "responsabilidade social" que nos vendem como sendo a verdadeira maternidade. Acho repugnante que assim seja e, todavia, assim o é. Acho que muito do que as mulheres sentem, para além de ser uma pressão sistémica, é culpa nossa, dos homens, sempre ursinhos desajeitados que se tentam desculpar pela falta de noção do que é cuidar. Foi precisa muita coragem para escreveres o que escreveste e não tenho dúvidas que a esmagadora maioria das mulheres concordará contigo. As que são mães ou pensam vir a ser. Deixo-te um abraço de um pai, que mesmo tendo o privilégio todo que tem, também se sente exausto e pouco talhado para a tarefa hercúlea que é criar outro ser humano. Não imagino fazê-lo sendo mulher.

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